GETAS

Primeiros Passos

O GETAS teve origem num grupo cénico aparecido em finais de 1981 (vivia o Sardoal um interregno da veia teatral que durava há dez anos consecutivos) dinamizado por Victor Águas e Júlio Moleirinho, os quais “recrutaram” cerca de 30 jovens sem qualquer experiência de palco. Não sendo possível um enquadramento formal noutras entidades associativas já existentes, esse grupo resolveu autonomizar-se. Em 12 de Julho de 1982 deram-lhe nome próprio e elegeram os primeiros corpos sociais. A Direcção foi constituída por Luisilda Grácio Salgueiro (presidente), José Manuel Ambrósio (vice), Fernando Salgueiro e Fernanda Machado (secretários) e Fernando Silva Rosa, Américo Farinha e Victor Águas (tesoureiros). O GETAS foi oficializado por escritura notarial em 16 de Novembro de 1982, com publicação no “Diário da República” de 21 de Dezembro seguinte.

Porém, a falta de perspectivas em almejar processos e linguagens teatrais diferentes dos do passado, levou o grupo à quase extinção em meados de 1984. Valeu a intervenção e dinamismo de Eusébio Baptista Paulino que, em Novembro desse ano, assumiu o leme, dando-lhe novo fôlego e novas directivas. Os estatutos foram revistos e das alterações programáticas daí advindas, resultou em 17 de Fevereiro de 1985, a mudança de designação para GETAS – Centro Cultural de Sardoal e a manutenção do teatro como foco central, mas introduzindo outras valências como música, dança, artes-plásticas, património cultural, palhaços, oficinas de fantoches, carpintaria, costura, electricidade, fotografia (com laboratório de revelação orientado por Paulo Sousa) e projecção de filmes comerciais, em pequeno écran, com o apoio da brigada itinerante do INATEL (desde 1977 que o antigo Cine-Teatro deixara de os exibir).

Esclareça-se que as ditas oficinas acabariam por não funcionar de per si (salvo os fantoches) mas diluídas no cômputo geral dos espectáculos e eventos.

Uma recolha de objectos antigos solicitados à população e o lançamento de uma árvore em esferovite, presa a balões de hélio, que espalhou sementes pelos campos da região no Dia Mundial da Árvore 1985, foram das primeiras acções de rua inovadoras. Uma sede cedida pelo Município foi inaugurada em 15 de Julho do mesmo ano, depois do trabalho voluntário de dezenas de membros que a transformaram em espaço multiusos e auditório com lotação de 60/70 lugares sentados. Foi baptizada como “Atrium”.